“O Perigo de um Coração Soberbo (1 Samuel 15.12-23).”

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“O Perigo de um Coração Soberbo (1 Samuel 15.12-23).”

Ao refletirmos nos versos anteriores (de 1 ao 11) vimos o perigo de se “ignorar a vontade Deus”, quando Saul, agindo por conveniência, entendeu que obedecer a Deus parcialmente, ainda que com boa intenção era suficiente. Mas, ele se enganou. Hoje, continuando nossa reflexão sobre o texto de 1º Samuel 15, agora nos versos de 12 a 23, aprendemos que ter um coração dominado pelo orgulho é tão perigoso quanto desobedecer a Deus.

Saul fora chamado por Deus para fazer justiça em Seu Nome. Amaleque e tudo o que lhe pertencia deveriam ser totalmente destruídos. A batalha termina, mas Saul não destroi tudo, antes decide-se, por conveniência, poupar o rei amalequitaa e parte dos seus rebanhos.

Era hora de voltar, mas de acordo com o v. 12, Saul decidiu-se por ir em direção oposta; ele foi para o monte Carmelo. Porque para o Carmelo? Para satisfazer o desejo do seu coração “erguer um monumento em sua própria honra”. Perceba o que estava acontecendo…

Saul não só estava equivocado quanto à sua obediência. Mas, também, tomado pelo orgulho, dominado pela soberba estava disposto a usurpar a glória de Deus, diz-nos o v. 12: “… Já chegou Saul ao Carmelo, e eis que levantou para si um monumento…”. Pergunto: Se a batalha contra os amalequitas era de Deus. Se Saul fora chamado para ser instrumento de aplicação da justiça divina. Se a vitória fora dada pelo próprio Deus. Qual a razão para Saul erguer um momento “para si”? Enaltecer-se? Alimentar o ego? É o que parece ter acontecido.

Em seguida o texto nos diz que Saul foi para Gilgal, direção oposta de Hamã onde estava Samuel. Seria essa atitude uma evidência de que o rei tinha consciência de ter feito algo errado perante o Senhor? Estaria ele fugindo do profeta? Não sabemos. Sabemos que Samuel o alcança e, surpreendentemente, é recebido por Saul com palavras de bajulações. Seria uma estratégia do rei para alcançar o favor do profeta?

Todavia, convencido da desobediência de Saul, por não cumprir cabalmente a ordem de Deus (v.9), e talvez, como um pastor, aguardando o arrependimento e a confissão do rei, Samuel questiona suas atitudes: “Então, disse Samuel: Que balido, pois, de ovelhas é este nos meus ouvidos e o mugido de bois que ouço?” (v.14).

Mas Saul estava cego, seu coração estava enrijecido ao arrependimento, e altivo começa a se justificar com duas grandes mentiras: 1ª mentira – “Respondeu Saul: De Amaleque os trouxeram; porque o povo poupou o melhor das ovelhas e dos bois” (v.15 a). Mentira, pois o povo jamais agiria contrário à vontade do seu rei, correndo o risco de morte; 2ª mentira – “porque o povo poupou o melhor das ovelhas e dos bois, para os sacrificar ao SENHOR, teu Deus;..” (v.15b). Quem requereu que os melhores animais fossem poupados? A ordem do Senhor era para que nada fosse poupado, que tudo fosse destruído. Preservar parte dos rebanhos, ainda que para sacrifícios, foi decisão do próprio rei, em desobediência a Deus.

Contudo, o texto sugere que Saul reconhecia que o Senhor era o único a ser adorado, afinal, essa foi a sua justificativa ao separar aqueles animais. Mas, se isso era verdade, perguntamos: Por que então ele construiu um altar para sua própria honra? A reação de Samuel parece indicar que, na verdade, a justificativa do rei não passava de uma grande mentira, uma desculpa sem sentido, na tentativa de esconder o verdadeiro desejo do seu coração. Então, Samuel disse a Saul: “Espera, e te declararei o que o SENHOR me disse esta noite” (v.16). Creio que o profeta estava dizendo: “Chega Saul”, “fique quieto”, “onde pensa que vai?”, volte já” e ouça o que o Senhor lhe dirá: “Por que, pois, não atentaste à voz do SENHOR, mas te lançaste ao despojo e fizeste o que era mal aos olhos do SENHOR?” (v.19).

Saul não apenas ignorou a vontade de Deus, mas o texto nos mostra que em todo momento o que motivou o seu coração foi o orgulho. Seu objetivo não foi honrar a Deus, mas a si próprio. Sua obra não foi para que o nome do Senhor fosse conhecido entre os homens, mas para que o seu nome ficasse eternizado. Assim, Saul caminhou, e dominado pela soberba se fez surdo para com a voz do profeta. Arrogante, quando confrontado, escolheu justificar-se com mentiras, quando o arrependimento era esperado. Como resultado seu fim foi decretado: “Arrependo-me de haver constituído Saul rei, porquanto deixou de me seguir e não executou as minhas palavras. Então, Samuel se contristou e toda a noite clamou ao SENHOR” (v.11). Clamemos por corações humildes, que Deus nos livre de nós mesmos. Prostremo-nos diante do Senhor e reconheçamos, com sinceridade, que Ele é o único digno de toda honra e louvor. Busquemos e entremos a Ele toda a glória devida. Amém!

Que o Senhor Jesus conceda um ótimo dia a você e toda a sua família.

Rev. Roney Pascoto