“Senciência animal e os filhos de Deus”

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“Senciência animal e os filhos de Deus”

Por definição senciência é a capacidade de sofrer, sentir prazer ou felicidade. Por causa desta conceituação a partir de 1997 percebeu-se que o conceito da senciência deveria ser aplicado aos animais.

Quando olhamos as Escrituras Sagradas temos diretrizes que nos põem na obrigação de cuidarmos da criação do nosso Deus. Quando o Senhor Deus criou todas as coisas deu ao homem a seguinte ordem: “Também disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; tenha ele domínio sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, sobre os animais domésticos, sobre toda a terra e sobre todos os répteis que rastejam pela terra” (Gênesis 1.26).

No texto temos uma comparação: o “modus operandi” do domínio do homem deveria ser como o de Deus. É lógico que não em extensão e nem em poder. Todavia, Deus deu ao homem esta possibilidade de dominar. Isto numa perspectiva pactual corresponde ao conceito da vice-gerência.

Diante disso, perguntamos: Será que o Antigo Testamento estabelece algum padrão de conduta que nós crentes devemos ter com nossos animais? A sabedoria judaica atinava para a vida de seus animais, vejam o que a Escritura diz a respeito de Salomão: “Discorreu sobre todas as plantas, desde o cedro que está no Líbano até ao hissopo que brota do muro; também falou dos animais e das aves, dos répteis e dos peixes” (I Reis 4.33).

No Salmo 104 encontramos um exemplo da preocupação do Senhor para com sua criação: “Tu fazes rebentar fontes no vale, cujas águas correm entre os montes; dão de beber a todos os animais do campo; os jumentos selvagens matam a sua sede. Junto delas têm as aves do céu o seu pouso e, por entre a ramagem, desferem o seu canto. Do alto de tua morada, regas os montes; a terra se farta do fruto de tuas obras. Fazes crescer a relva para os animais e as plantas, para o serviço do homem, de sorte que da terra tire o seu pão…” (Sl. 104. 10-14), e continua nos versos 21 e 22: “Os leõezinhos rugem pela presa e buscam de Deus o sustento; em vindo o sol, eles se recolhem e se acomodam nos seus covis”.

No Livro de Provérbios que reflete a literatura sapiencial de Israel nos é dito o seguinte: “O justo atenta para a vida dos seus animais, mas o coração dos perversos é cruel” (Provérbios 12.10). Ora, nada mais lógico, somos os vices gerentes de Deus, encarregados de cuidarmos da terra e administrá-la para a Sua glória. Atentar para a vida dos animais pressupõe cuidado. E isso se deve ao fato dos animais não serem coisas.

Veja, ainda, o que as Escrituras dizem em Rm. 8: “A ardente expectativa da criação aguarda a revelação dos filhos de Deus. Pois a criação está sujeita à vaidade, não voluntariamente, mas por causa daquele que a sujeitou, na esperança de que a própria criação será redimida do cativeiro da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus. Porque sabemos que toda a criação, a um só tempo, geme e suporta angústias até agora. E não somente ela, mas também nós, que temos as primícias do Espírito, igualmente gememos em nosso íntimo, aguardando a adoção de filhos, a redenção do nosso corpo” (Romanos 8. 19-23).

Se de fato as Escrituras, a Palavra de Deus é autoritativa em nossas vidas, não podemos como crentes maltratar os animais. Pois, isto é, de forma clara, conduta ímpia e contraria àquilo que Deus requer de nós.

Que o Senhor Jesus conceda um ótimo dia a você e toda a sua família.

Rev. Jaziel Cunha (Pastor na IPC na Grande Recife)