PASTORAL 2017
29 de setembro de 2017
“O caminho de Vitória de uma Igreja em Boa Ordem” (Josué 10.28-43)
10 de maio de 2018

Uma palavra do Rev. Antônio Gonçalves de Oliveira contando um pouco de sua trajetória abençoada e toda conduzida pela providência divina. Suas tristezas, suas alegrias, seu ingresso no Seminário Presbiteriano Conservador, sua vida pessoal, etc, até 1999 quando se jubilou.

  1. Rev. Antônio, quando e onde o senhor nasceu?

Nasci aos 5 dias do mês de julho de 1935 na cidade de Campo Grande/MS. Meus pais foram o senhor Eduardo José de Oliveira e a senhora Cecília Gonçalves de Oliveira. Todos os seus filhos foram esses: Davi, Lourival, Candelária, Heraldo, Maria de Lourdes, minha irmã gêmea que faleceu, Ricardo e Ronaldo.

O senhor nasceu em Campo Grande/MS, mas ficou nessa cidade até sua ida para o Seminário?

Não. Na época Campo Grande pertencia ao MT. Depois que minha mãe ficou viúva, nos mudamos para a casa da minha vó. Na verdade cresci na casa da minha avó Rosa em Coroados/SP. Foi um tempo muito bom, pois sendo ela crente da Igreja Metodista eu a acompanhava e não perdia a Escola Bíblica Dominical. Foi assim que conheci o Evangelho e a Jesus Cristo como meu Senhor e Salvador. Até nos mudamos para Birigui/SP, mas eu não aguentei e quis voltar para Coroados. Ali morei com vovó, com o tio João Batista que era mais conhecido como Jango e com minha tia Benedita.

  1. Reverendo, foi difícil para o senhor ir para a escola e começar seus estudos?

Meu tio Jango era um excelente trabalhador. Ele trabalhava com a plaina na serraria. Por causa de seu trabalho, nos mudamos para Lavínia/SP. Ali que comecei a estudar com 8 anos e fui direto para o 1º ano primário. Não tinha nem certidão de nascimento. Isso deu dor de cabeça. Eu fiquei na escola do 1º até o 4º ano porque meu tio escreveu num papel meus dados pessoais. Então, fiquei quatro anos estudando sem documento algum, além do Boletim escolar. Só fui registrado mesmo no fim do primário porque precisava disso para que meu diploma fosse confeccionado.

  1. Então, teve a sua dificuldade, mas o senhor guarda alguma lembrança marcante desse tempo de primário?

No 4ª ano primário fui fazer a prova final muito receoso. Orei a Deus e decidi que se eu passasse, estudaria para o ministério sagrado. Eram duas classes fazendo a prova final. Então, eu disputei com vários estudantes. O dono do cartório da cidade de Lavínia/SP por sobrenome Brandão anunciou que daria um prêmio de Cr$ 100,00 (cem cruzeiros), o que era um bom dinheiro naquela época. Pra quem, que todo ano ganhava os materiais escolares da Caixa Escolar e ia pra escola quase todos os dias descalço, pois a botina que eu tinha ficava guardada para eu usar na Igreja, ter êxito nessa prova parecia muito difícil. Mas, graças a Deus, alcancei a nota máxima na prova final e ganhei o prêmio.

  1. O senhor disse que ia à Igreja Metodista com sua avó, a Dona Rosa. O senhor foi batizado e fez sua pública profissão de fé na Igreja Metodista?

Sim, fiz minha pública profissão de fé em 28 de maio de 1950 na Igreja Metodista de Lavínia/SP. O oficiante foi o Rev. José de Andrade. Lembro que nessa Igreja também fui pastoreado pelos Revs. Brasilino Frauzino Dias, Jessé de Toledo e Argemiro Pereira de Toledo.

  1. Mas, parece que o senhor quando foi para o Seminário Presbiteriano Conservador era membro da Igreja Presbiteriana Conservadora de Braúna/SP, não é verdade?

Foi assim. De Lavínia/SP minha família e eu nos mudamos para Birigui/SP e dali fomos para Braúna/SP. Como não tinha a Igreja Metodista, comecei a frequentar a Igreja Presbiteriana Conservadora através dum convite que recebi do inesquecível Presb. Odilon Alves dos Santos. Nessa Igreja em Braúna/SP conheci novos irmãos, novos Pastores e uma nova família na fé em Cristo. Durante o tempo que permaneci ali, foram meus Pastores, os Revs. Alceu Moreira Pinto, Antonino José da Silva, Alfredo Alípio do Vale e Evans Hardem.

  1. O senhor decidiu ir para o Seminário assim que chegou na Conservadora de Braúna/SP?

Não foi de imediato. A minha intenção era servir no Exército. Eu queria ir para o Rio de Janeiro e não sair mais do Exército. Mas, acontece que num dia, em Braúna, fazendo visitas com o Presb. Odilon, com o Rev. Evans e com o jovem Izael Lopes, fui apresentado como candidato ao santo ministério ao Pastor que estava visitando nossa Igreja. Na outra semana chegou um telegrama do Rev. Armando Pinto de Oliveira endereçado ao Presb. Odilon com os dizeres: “Mande os moços”. O Izael Lopes e eu soubemos a partir disso da nossa convocação para o Seminário. Lembrei-me na hora da oração que fiz em 1947, antes do exame final do 4º ano primário. O Senhor abriu a porta.

  1. Em que ano o senhor foi para o Seminário e em que ano se formou?

Da Igreja Presbiteriana Conservadora de Braúna/SP fui para o nosso Seminário em 1955. E a minha formatura foi em 8 de dezembro de 1962.

  1. O senhor se formou e foi para que campo?

Fui para São Jorge do Ivaí/PR. O Presbitério Conservador me licenciou em janeiro de 1963. Minha licenciatura foi feita nos campos do Norte Novo e Norte Novíssimo do Paraná. Morei em São Jorge do Ivaí para servir ali na Igreja, mas nesse período trabalhei também nas Congregações de Maringá, Jandaia do Sul, Janiópolis, Francisco Alves, Santa Eliza e Terra Rica. E o Rev. Jeiel Couto foi o meu tutor.

  1. Reverendo, tem um tempo já, mas vejamos. O senhor se lembra das coisas que fez durante seu ano de licenciatura?

Nossa, minha licenciatura foi de muitas viagens, muitas visitas e muitas pregações. É isso mesmo. O ano de 1963 não dá pra esquecer. Foi de muito trabalho, graças a Deus. Mas, lembro sim. No meu relatório entregue ao Presbitério Conservador para avaliação com vistas à minha ordenação constavam: 124 dias viajando, 160 pregações, 6 pregações ao ar livre, 42 aulas em EBD, 5 palestras, 16 colaborações, 7 cultos de oração e 3 serviços de alto-falante.

  1. Data da sua ordenação ao Ministério Pastoral, o senhor se lembra?

Fui ordenado em 18 de janeiro de 1964.

  1. Rev. Antônio, sobre sua vida pessoal agora. O senhor é casado já há muitos anos?

Bem, fui casado com a senhorita Ana Luiza dos Santos por vinte anos. Em 1985 aprouve a Deus chamá-la para a eternidade. E me casei novamente em 20 de março de 1986 com a senhora Irtes Oliveira Muzel. Então, estamos prestes a completar 32 anos casados.

  1. O senhor não tem filhos?

Eu sempre gostei de crianças, entretanto, não fui agraciado com um filho legítimo. Mas, minha esposa Ana Luiza e eu ganhamos um presente. Uma jovem senhora que já tinha um filho e que estava grávida, tendo sido abandonada pelo marido, nos ofereceu o filho que estava para nascer. Na mesma noite em que nasceu, o bebê já veio para nossa casa e demos-lhe o nome de Rosana. E do meu casamento com a Irtes ganhei uma filha já adolescente.

  1. Muito bom até aqui, Reverendo. Diga agora, por favor, quanto tempo o senhor ficou na Igreja de São Jorge do Ivaí/PR?

Pastoreei a Igreja em São Jorge do Ivaí/PR de 1964 até 1974. Durante esse tempo, abri trabalhos em Guaíra/PR, Ipezal/MS e em IbYau no Paraguai.

  1. O senhor já foi diretor do Seminário Presbiteriano Conservador?

É verdade. Depois de treze anos de minha saída do Seminário voltei para ser seu Deão e Diretor de 1975 a 1980. Nesse tempo também pastoreei a IPC de São Bernardo do Campo/SP e a Congregação do Riacho Grande/SP.

  1. Depois que saiu do Seminário, o senhor foi para que Igreja?

Fui servir como Pastor nas Igrejas de Jacarezinho e Dourados no Paraná de 1981 a 1987.

  1. O senhor serviu como Pastor no estado de Goiás também, não foi?

Foi sim. Em 1988 eu me transferi para o Presbitério do Brasil Central a convite e fui comissionado na Igreja Presbiteriana Conservadora do Conjunto Cruzeiro do Sul em Aparecida de Goiânia/GO e cuidei também da Congregação em Bom Jesus de Goiás/GO. Fui eleito na Igreja do Conjunto Cruzeiro do Sul e permaneci ali até 1994. Nessa época ajudei a fundar o Instituto Bíblico Presbiteriano Conservador, presidi o Presbitério do Brasil Central algumas vezes e fui responsável pelo Acampamento Presbiteriano Conservador. Em 1995 fui comissionado na 3ª Igreja Presbiteriana Conservadora de Goiânia/GO.

  1. O senhor jubilou enquanto estava em Goiânia?

Não. Em janeiro de 1996 voltei para Jacarezinho/PR para pastorear a Igreja como Pastor eleito.

  1. Quando o senhor jubilou?

O culto de ações de graças em virtude dos meus 35 anos de ministério pastoral e para a minha jubilação aconteceu no dia 15 de maio de 1999 na Igreja em Jacarezinho/PR.

Rev. Antônio, muito obrigado! Que nosso Deus, nosso Pai amado, o abençoe poderosamente lhe concedendo boa saúde e felicidade junto com sua família. E que na Igreja de Jacarezinho onde o senhor congrega continue sendo bênção para todas suas ovelhas e irmãos.

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CONTATO

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* Agradecemos ao Rev. Heli Donizete por realizar a entrevista com o Rev. Antônio

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Neta e bisneta, família da Rosana

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Esquerda para direira: Rosana, filha Caroline, Neta e filho do Murilo

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Neta caçula da Rosana

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Formatura do 4° ano primário em 1947 no Mato Grosso

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Em visita a São José dos Pinhais, PR

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Rev. Antonio Gonçalves de Oliveira e esposa Irtes Oliveira