“A Reforma Protestante do Século XVI e os Desafios da Igreja no Século XXI”
19 de abril de 2017
PASTORAL 1968
28 de junho de 2017
PASTORAL 1965

PASTORAL – 1965

 

Rev. Antonio Gonçalves de Oliveira

 

Prezados irmãos, “Se não fora o Senhor que esteve ao nosso lado, ora diga Israel; se não fora o Senhor que esteve ao nosso lado, quando os homens se levantaram contra nós eles teriam então nos engolido vivos, quando a sua ira se acendeu contra nós.” (Sl 124.1-3)

Pela vontade humana, há muito que teríamos sucumbido. O prazer incontido do adversário seria ver-nos soterrados sob a avalanche dos nossos próprios problemas e dificuldades. Não acreditavam, em nenhum instante, que um punhado de bravos pudesse manter bem alto, e por tanto tempo, o pendão real colocado em suas mãos, devido a firmeza doutrinária que sucumbiu com a separação de 1940. A verdade sublime do Salmo 20 salta aos nossos olhos, penetra em nossos corações, falando à nossa alma, quando encontramos nos versículos set e oito: “Uns confiam em carros e outros em cavalos, mas nós faremos menção do nome do Senhor nosso Deus. Uns encurvam-se e caem, mas nós nos levantamos e estamos de pé.”

A obra não é nossa, é do Senhor, por isso dizemos como o salmista: “Não a nós, Senhor, não a nós, mas ao teu nome dá glória, por amor da tua benignidade e da tua verdade.” (Sl 115.1).

Uma das provas de que a obra não é nossa, é a sua longevidade. Já se vão vinte e cinco anos gloriosos de lutas e vitórias. Durante esses anos os inimigos esperaram com ânsia a nossa derrocada final, mas o Senhor nos sustentou. Portanto, a Ele seja dada glória, louvor e honra diuturnamente.

 

ORAÇÃO

Amados, a permanência de nossa capacidade, para prosseguirmos na luta contra o pecado e o erro, depende do nosso estado espiritual. Para que possamos manter elevado o termômetro de nossa fé, de nossa espiritualidade, necessitamos, sem vacilação, de colocar nossos joelhos em terra. A oração nos leva mais perto do Salvador que garantiu: “Eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos.” (Mt 28.20).

Nos dias atuais a tendência de muitas igrejas evangélicas é abandonar mais e mais a prática da oração. Daí o tempo ser preenchido com programas vários de ação social, que não podem trazer aquele calor espiritual necessário, para que se cumpra a verdadeira missão do cristianismo: levar almas aos pés de Cristo. Precisamos manter o digno exemplo da Igreja Primitiva. Ela começou com a oração. Antes do cumprimento da promessa do Pentecostes, depois daquele grande dia, a atitude foi sempre de oração. Receberam os apóstolos a exortação do Mestre: “Vigiai e orai”. Nesse sentido temos duas importantíssimas advertências do Senhor Jesus. Em Mateus 24.42, temos um motivo “Vigiai, pois, porque não sabeis a que hora há de vir o vosso Senhor.”

Orar tendo um motivo definido. Estamos atravessando os últimos dias, em breve o Senhor voltará (glória e louvor ao seu santíssimo nome) e necessitamos estar vigilantes. Todavia o inimigo não dorme, então vem a outra advertência do Senhor: “Vigiai e orai para que não entreis em tentação: na verdade o espírito está pronto, mas a carne é fraca.” (Mt 26.14). Outro motivo concreto, definido. Quando uma igreja deixa de orar, entra fatalmente em decadência espiritual. Começa então a dar ouvidos à tentação, perde a sua visão missionária. Começa a submergir-se em meio a programas vários, como Pedro, tragado pelas ondas revoltas, porque deixou de fixar o seu olhar em Cristo Jesus. Para que, irmãos, possamos vencer, temos que nos manter em oração.

É preciso que cada membro, cada família, congregação e Igreja não se esqueça de, genuflexamente, pedir forças do alto. Aquele que é por todos, sobre todos e para todos, Ele, o Senhor amado nos tomará pela mão, quando o buscarmos com fé através da oração. Orando, podemos pensar em:

 

MISSÃO

A missão da igreja, amados, também é definida, clara e insofismável, pois a ordem de Cristo foi: “Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura.” (Mc 16.15).

Não há meio termo, a missão precípua da Igreja é pregar o evangelho. Levar a luz aos que estão em trevas, esperança aos desesperados, conforto e paz aos atormentados, fé aos incrédulos, caminho aos perdidos e errantes.

Estamos começando uma nova fase no presbiterianismo conservador. O nosso Seminário, mantido pela graça divina, atuando nos corações crentes, será como torrentes cristalinas, que constantemente dará os obreiros prontos para a luta todos os anos. Os lugares são preenchidos paulatinamente, enquanto os houver. Assim como o povo de Israel no deserto, fugindo do exército egípcio, não podemos parar, porque nosso dever é marchar. A pátria aí está com as portas para o norte, para o sul, leste e oeste. Graças a Deus ainda gozamos de plena liberdade. Esforcemo-nos agora, pensando na Missão Nacional. Antes de atravessarmos às plagas estrangeiras, olhemos para o solo pátrio, mais do que nunca necessitado de uma mensagem positiva do evangelho. A casa de profetas nos dará obreiros, importa-nos enviá-los e sustentá-los. Sintamos bem de perto a pergunta enfática de S. Paulo: “E como pregarão se não forem enviados?” (Rm 10.15).

O grupo heróico de 1940 suportou sobre os ombros a insigne responsabilidade de manter o pendão real em pé, até agora quando os obreiros jorram em abundância como a cascata da alta serra; é preciso aproveitá-los como se faz com a água na sua força pujante, para que possamos ser úteis em todos os extremos do solo pátrio. Entremos, amados, para a fase missionária da igreja, não que ela antes não tivesse essa responsabilidade, mas agora como tendo capacidade maior para esse mister. Os bravos permaneceram firmes em seus postos, mas agora é preciso avançar para novos horizontes, já que os elementos virão com abundância.

Parar nos postos já existentes é estagnarmos e sucumbirmos com a avalanche de bons valores. Há necessidade agora de aqueles que sentiam falta de obreiros e por isso ficavam inertes e desanimados, sentir que o verso da medalha é outro. Se antes não havia, agora haverá com abundância.

A responsabilidade pesa mais sobre cada conservador. A Igreja está pronta, e no momento exato, para pensar em Missão. Antes havia maior necessidade de cada membro ser missionário, e ainda deve ser, mas agora, além de ser missionário, cada um deve pensar em ver a Igreja mantendo uma missão, primeiramente nacional e depois internacional. A pátria precisa receber o mesmo evangelho de Simonton e outros da primitiva missão no Brasil. Nossos patrícios devem receber o evangelho puro e cristalino dos lábios de missionários presbiterianos conservadores.

Para isso precisamos pensar em:

 

CONTRIBUIÇÃO

A Igreja Primitiva necessitou desta cooperação por parte de seus membros. Para muitos o assunto é um espinho na carne. No entanto, é uma primordial necessidade. Se pensarmos em missão, sem nos voltar para a liberalidade financeira, é estarmos a fazer castelos de areia; será apenas sonhos e imaginações pueris. Deus não faz aquilo que o homem pode fazer e isso nós podemos. Esquecermo-nos desse pormenor, na vida da igreja militante, é parar até sermos sugados, como o é a água represada pela evaporação, e desaparecermos entre nuvens de impossibilidades. Agora mais do que nunca se faz mister, não somente ser convertido o nosso coração, mas também os nossos bolsos. A subida vertiginosa do custo de vida se faz sentir em todos os setores. Não podemos deixar a igreja para o último plano, como aquele setor que merece menos financeiramente falando. A fase em que passamos agora é decisiva: ou haverá contribuição suficiente ou sucumbiremos em meio a esse avanço. Esse passo que está sendo dado por nossa denominação, está a exigir até mesmo o sacrifício de cada conservador. Ela precisa do apoio financeiro total de cada um. Seja a oferta de um Barnabé (At 4.36,37), ou seja a dádiva de uma viúva pobre (Lc 21.2), ela tem que ser feita sem exceção, com amor, com alegria, certos de que estamos contribuindo para uma causa, que não é nossa, mas do Senhor. Se Ele fez tudo por nós, como não faremos o mínimo por Ele? Ecoa através dos séculos, chamando-nos à ordem a incisiva pergunta de Paulo: “E como pregarão, se não forem enviados?” (Rm 10.15). Para que obreiros sejam enviados, se faz mister a nossa liberalidade. O círculo vicioso precisa se quebrado, como o de quando se dizia: “Não contribuo, porque o pastor não visita.” E a resposta era: “Não visito, porque preciso trabalhar secularmente, pois não há contribuição.” Nesse mister também é necessário fé. Aliás, não sendo por fé, é pecado, pois diz o apóstolo: “tudo o que não é de fé é pecado.” Além disso, amados, não há tão somente o sustento pastoral, mas o avanço geral da denominação. Compra de terrenos, construções, seminário, jornal, etc,

Quanta necessidade! Ninguém virá tomar o nosso lugar e contribuir por nós. O dever é nosso, a responsabilidade é nossa e, acima de tudo, o privilégio é nosso, porque não fazemos para nós, mas para o Senhor, Damos ao Senhor aquilo que Ele próprio nos deu. Somos apenas mordomos de tudo quanto temos, seja o mínimo ou o máximo. A contribuição sistemática, isto é, com método, é a que devemos fazer. O Senhor disse aos fariseus: “Deveis, porém, fazer estas coisas e não omitir aquelas.” (Mt 23.23). A que estava se referindo o Mestre dizendo: “e não omitir aquelas?” Ah! Estão discutindo o dízimo: “Se o Senhor o apoiou é por sinal o melhor método de contribuição. O Senhor nos dá tudo e nos pede apenas uma partícula, seria muito o darmos uma parte e ficarmos com nove? Por outro lado, mesmo o dízimo exige amor de nossa parte.

  1. Paulo diz: “Conforme a sua prosperidade.” (1Co 16.2). Outra vez diz: “Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza ou por necessidade, porque Deus ama ao que dá com alegria.” (2Co 9.7).

Este capítulo maravilhoso, da segunda carta aos coríntios, tem um objetivo: mostrar o propósito e a excelência da contribuição. O propósito é o sustento da causa, a excelência é que é um dom de Deus. Dom que todos têm. Não é privilégio desse ou daquele, mas, diz o apóstolo: “Cada um”; não é um peso, um fardo, uma lei severa, mas tudo depende da vontade de cada um para pôr em prática esse dom e pô-lo com liberalidade. A obra espera o desenvolvimento desse dom e nós o executamos, quando o amor pela mesma cresce em nossos corações.

Nesse mister precisamos estar unidos e coesos. Falemos, pois, em:

 

UNIÃO

Nesse ano histórico da denominação, em que o Presbitério Conservador se desmembrou em três setores presbiteriais, isto é, Presbitério de São Paulo, Presbitério do Centro e Presbitério do Paraná, houve uma aparente separação.

Há, ainda que de modo quase imperceptível, uma ligeira tendência no meio conservador, no sentido de que cada lado deve viver isolado ou totalmente separado. Enquanto que a verdade é bem outra: Nunca precisamos estar mais coesos. Tudo depende de nossa união agora, para que o êxito, alcançado com tanto heroísmo até o momento, seja muito maior para o futuro. Nada de bairrismo no seio da denominação. Aquele Presbitério não deve ser olhado como o mais rico ou mais poderoso, nem este como o mais pobre e fraco. Olhemos de cima e vejamos uma peça só, homogênea, para um propósito: lutar pela “fé que uma vez foi dada aos santos”. Vamos nos separar para melhor ação e avanço. Somos colunas que marcharemos separados para um objetivo central, um alvo definido. Em muitas batalhas de duas frentes, o exército de Israel dói dividido, mas as divisões estavam prontas a socorrer-se mutuamente. Não podemos deixar por menos, para avançarmos em todas as frentes. É mister que nossas mãos estejam seguras umas às outras, que cerremos fileiras ao redor do Salvador.

Esta tríade tem que avançar unida, como marchou o Presbitério Conservador. A denominação só terá forças, só avançará marchando como um todo, um só corpo, agindo para a glória de Cristo Jesus, Senhor nosso.

Para sermos vitoriosos não devemos deixar que Satanás nos divida por meio de idéias e preconceitos.

Há um marco bem interessante, que centraliza o nosso pensamento: a casa de profetas. Dali obreiros estão saindo, ali os nossos olhos estão colocados. O Seminário é como aquela pedra preciosa, engastada numa jóia tripartida. Recebemos reforços de um só lugar, de um mesmo centro e porque não avançarmos unidos, sem queixas, ciúmes e preconceitos.

O Sínodo é outro marco da união. Nele estreitaremos os nossos laços. Por ele vemos e sentimos que não estamos separados. Sim, amados, para a glória do Senhor, e unidos, é que nós anunciaremos a necessidade da:

 

FIRMEZA DOUTRINÁRIA

Há uma verdadeira guerra contra a nossa posição doutrinária. Nosso jornal é atacado com veemência em todas as oportunidades, devido ao seu ardor combativo. Combatemos sim, lutamos sim, mas contra a hidra odienta da incredulidade e do falso ecumenismo. Por mais que isso venha ferir as posições e atitudes de outras denominações, não podemos estar em conveniência com elas. Para isso, e por causa disso, a denominação conservadora nasceu com firmeza doutrinária. A luta é ferrenha, árdua, espinhosa.

O assunto torna-se muitas vezes frio e aparentemente incompreensível, todavia é preciso prosseguir. Não podemos perder de vista a linha de Bento Ferraz que lutou até o fim e ainda hoje os seus inimigos o incriminam por sua atitude firme, resoluta, cristã, quanto à posição doutrinária. Outros vieram lutando, enfrentando até processos judiciários, pelo destemor que tiveram em apontar o erro, estivesse onde quer que fosse. No presente, a nossa posição deve ser a mesma. As doutrinas essenciais das Escrituras não podem ser mudadas e submetidas ao simples capricho da chamada discussão intelectual, ou de outro nome qualquer. A doutrina bíblica tem certas verdades que não podem sofrer sanções humanas, porque são completas em si. Não podemos negar as Escrituras, tentando uma reconciliação com as trevas e o pecado. Deixar o Senhor em segundo plano, para nos submetermos a caprichos de idéias humanas, é inconcebível. A inspiração das Escrituras no seu todo é um fato que não podemos duvidar. Negar esse fato é perdermos a nossa confiança nas Escrituras Sagradas, como “única regra de fé e prática”.

Relegá-la a segundo plano ou colocá-las em igualdade com obras e decretos humanos, é cairmos num abismo de idéias humanas e contraditórias. Por outro lado, são intocáveis, por qualquer idéia negativista, as doutrinas, as doutrinas do nascimento virginal de Cristo, sua divindade, seu sacrifício na cruz, que soa fatos tão claros e precisos nas Sagradas Escrituras, que ninguém em sã consciência tem o direito de contestar conforme o seu próprio alvitre. Nossa posição é firmeza doutrinária e não pode ser empanada com nuvens que trazem, na sua fronte, como diadema multicolorido e belo, as idéias de pacifismo, de convivência com aqueles que não são apenas nossos inimigos, mas principalmente adversários do Senhor, que, como os fariseus no passado, querem tirar-lhe o verdadeiro lugar.

Nossa posição deve ser clara e precisa, apontar o erro onde ele estiver, levar mensagens positivas contra o pecado e provar a santificação no seio do povo de Deus. Temos uma regra única a seguir: a Bíblia e fora dela nada mais nos restaria a fazer se não nos tornarmos incrédulos ou ateus. O romanismo acena com o falso ecumenismo, coberto, velado, mas tem no seu bojo, por trás de sua pretensa paz, a traição e o ódio, porque, embora a roupagem esteja se mudando, o interior é o mesmo egoísta, prepotente, idolátrico e anti-bíblico. Em nossa posição firmemo-nos bem, não saiamos da trincheira, porque pugnamos não para nós, porém para Cristo Jesus, Senhor nosso. Para que a firmeza doutrinária alcance o seu objetivo em nós e nos demais, precisamos vivê-la, vivendo-a estaremos dando:

 

TESTEMUNHO

O Filho de Deus, momentos antes de ser assunto aos céus, deu uma ordem aos Seus discípulos, que reboa pelas caladas dos séculos até nós: “Ser-me-eis testemunhas.” Longe de ser isto um fardo insustentável pelo peso. É um indizível privilégio sermos testemunhas de Jesus.

Como cristãos, tomamos aqueles lugares deixados pelos primeiros heróis da fé, que já descansaram no Senhor. O cristianismo é o mesmo, mas aqueles que envergam esta nome tão distinto e honroso, são bem diferentes. Está havendo um certo abandono quanto ao testemunho dos fiéis. As igrejas, no afã de prender a mocidade no seu seio e tirá-la do mundo, trazem o mundo para dentro delas. Já não há aquela diferença primordial entre um crente e um estranho ao evangelho.

Contam as mesmas anedotas picantes; fazem os mesmos negócios espúrios; participam das mesmas diversões mundanas; bebem as mesmas bebidas alcoólicas; em suma, agem tal qual o mundano. Os mesmos vícios, as mesmas ações, os mesmos passos. Onde a diferença? Onde a luz brilhando? Onde o sal conservando?

A luz torna-se trevas e o sal insípido, tudo num abandono maléfico e pernicioso para a igreja. Não, amados, voltemos para a Bíblia, obedeçamos a vontade do Senhor, hajamos neste presente século como diz o apóstolo: “Sóbria, justa e piamente.” (Tt 2.12). “E não comuniqueis com as obras infrutuosas das trevas, mas antes condenai-as.” (Ef 5.11).

“E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.” (Rm 12.2). Até nos dias atuais, as influências benéficas das ações de João Calvino, se fazem sentir em Genebra, a metrópole cujos habitantes colocam anúncios procurando o dono do dinheiro encontrado.

Por que? Ação humana simplesmente? Não, mas a luz aurifulgente do evangelho iluminando cada coração. Assim deve ser a nossa ação, deixar que Cristo viva em nós e de tal maneira que digamos como o apóstolo: “Não mais eu, mas Cristo vive em mim”. Para renovarmos o nosso entendimento é preciso que deixemos o Espírito Santo agir em nós; que vivamos uma vida cada vez mais santificada, “evitando o mal e a aparência do mal.” Como conservadores, temos não somente de ensinar a doutrina, mas aplicá-la em nossas vidas em nosso viver diário. Ao lermos o capítulo três de Colossenses, quantos preceitos encontramos para o nosso viver cristão.

Lembremo-nos de que a santificação é uma obra de Deus em nós e nesta obra podemos atuar com Deus pela obediência, pela submissão, recebendo em nossos corações a sua Palavra e procurando colocá-la em prática. Se vivermos em santificação e honra, estamos dando o nosso testemunho, vivendo o nosso testemunho, testificando que realmente Cristo vive em nós. Glorifiquemos o nosso Salvador, procurando viver como cristãos e assim faremos jus ao nosso ardor doutrinário.

 

CONCLUSÃO

Concluamos, lembrando-nos de que, como já disse alguém: “É de joelhos que a igreja marcha.” A oração é o dínamo que move o crente, já se disse. Acima de tudo está a exortação do Senhor. “Vigiai e orai.” O apóstolo ensina a Timóteo: “Quero, pois, que os homens orem em todo o lugar, levantando mãos santas, sem ira nem contenda.” (1Tm 2.8)

Na missão gloriosa de evangelização temos o enfático “Ide” de Jesus. Não percamos a visão missionária e assim estaremos cumprindo o objetivo do Senhor.

Unamo-nos de norte a sul, de leste a oeste “sem ira nem contenda”, com o propósito inabalável de campeões da peleja sagrada.

Que a nossa firmeza doutrinária jamais seja empanada ou se desvie para a direita ou para a esquerda, mas caminhemos tendo os olhos fitos naquele que é mais sublime do que os céus, conforme as Escrituras. Vivendo pela doutrina, estaremos aptos a dar o nosso testemunho de batalhadores em um mundo cruel, que se desvia cada vez mais para longe do caminho de Deus. Nesses tempos atuais, quando o mundanismo, vícios e ruína moral adentram pelas portas das igrejas, levantemos o estandarte, mas com vidas puras, consagradas em todos os setores de nossas atividades cotidianas. Espalhemos a luz, vivendo na verdade cristalina do evangelho. Não nos esqueçamos de pôr em prática o dom que o apostolo São Paulo chamou de “dom inefável”.

Ajudemos com os nossos bolsos a obra que está a nossa responsabilidade.

Este é o setor em que não apenas podemos, mas que necessitamos de ser liberais. Ao desfraldarmos a bandeira do Século XX nos três Presbitérios, cantemos com Lutero: “Castelo Forte é o nosso Deus / Espada e bom escudo / Com seu poder defende os seus / Em todo transe agudo.” Amém.